As Aventuras de Pi é um filme maravilhoso. Tem uma sensibilidade e uma mensagem inspiradoras. A pena é que nem todo mundo irá entender o filme como uma experiência a ser vivida. Pena, pois cinema é, antes de tudo uma experimentação. Muitos a tem na forma de ação incessante como em “Os Vingadores“, outros na sensibilidade de filmes como o francês “Intocáveis“. Mas é sobretudo um exercício de percepção. E para que isso ocorra é necessário vivência prévia. E, no caso do filme de Ang Lee isso é demonstrado à excelência. São tantas nuances que é difícil atermo-nos a todas. Como o escritor personagem do filme diz: “é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo“. E é sim. E é aqui, em um mar de sutilezas que percebemos a diversidade de vivências. E é disso que As Aventuras de Pi se trata: uma aventura espiritual com um visual arrebatador.
A direção do filme é primorosa, me fazendo perceber que fazer o filme do Hulk foi péssimo para Ang Lee. Os seus outros trabalhos mostram que ele é um diretor talentosíssimo. Podemos ver o estilo dele em filmes como O Tigre e o Dragão, O Clã das Adagas Voadoras e em O Segredo de Brokeback Mountain.
O final, porém pode trazer opiniões diversas. Tanto no livro de de Yann Martel, quanto no filme de Ang Lee a temática religiosa explicitada no início da história é trazida de volta, mas enquanto o livro mostra a mudança de rumo no destino do personagem com bastante clareza, o filme prefere manter isso apenas no diálogo final entre Pi e o escritor que o entrevista.
Resumo: As Aventuras de Pi é um ótimo filme, com uma história fascinante e enriquecedora. E tudo isso com um visual gráfico impressionante. Vale cada centavo, cada minuto e cada sorriso ou lágrima.
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